Havia pensado ou, melhor, decidido, não vou mais amar-te, não vou mais desejar-te,
não vou mais querer saber de ti, das tuas alegrias ou das tuas dores.
Tudo isto é loucura!
Havia pensado é certo, como se se pudesse decidir assim esta verdade como uma outra verdade qualquer, como se se pudesse decidir a quem amar, a quem desejar, a quem tudo se quer dar.
O sol aquecia, estávamos em pleno verão. O mar estava calmo e muito azul. E na minha memória tu persistias em permanecer. Eu gostava dessa persistência.
Mas a minha alma quis saber quem és, quis saber quem sou. Disso nada descobri.
Então qual noite quente e sem qualquer tempestade ouvi os teus passos.
Mais que à verdade do dizer-te eu amo-te, eu quero-te, existe a verdade do receio das palavras quem comprometem. Há sempre tanta coisa que fica por proferir que chego a esquecer, talvez seja melhor assim, esquecer, simplesmente esquecer.
Das saudades que sinto de ti e de mim e dos sabores desse país longínquo apenas espero um outro dia igual a hoje.
Um outro dia para continuar a amar-te.
Kraiene
2 comentários:
Essas cartas da Kraiene são um tesouro. Tu que descobristes, deverias ficar com ele. Pena é que não podes. Pena é que nem todos os tesouros são nossos. Este tesouro nunca poderá ser teu porque pertencerá sempre a outro amor.
Bj
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