terça-feira, maio 24, 2005

Em ti a ilusão de cada dia..

Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
O que estava dormindo sobre tua alma.
E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.


Escavas o horizonte com tua ausência


Eternamente em fuga como a onda.
Eu disse que cantavas no vento


como os pinheiros e como os hastes.


Como eles és alta e taciturna.


e entristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e as vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Pablo Neruda

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