Se eu pudesse trincar a terra toda
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...
ALBERTO CAEIRO
3 comentários:
você gosta mesmo do Caeiro, hem?...logo três de enfiada!
Josualdo Ferreira
Tá-se bem com o Caeiro!
kikas
se eu pudesse mandava o Caeiro à fava!odeio-o!
Regina Silva
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