sexta-feira, setembro 29, 2006

E o que resta de mim e de ti?

Da união e da visão plena de nós?

daquela fragrância sublime
que tacteia nossos corpos
soltando promessas invisíveis,
das partilhas de sempre
da ligação entre nós
e
aquele singular momento
desse imaginário
só teu e meu
que
será unicamente
a nossa íntima luz.

Ailéh

quarta-feira, setembro 27, 2006

Para meu coração basta teu peito
para que sejas livre as minhas asas.
De minha boca chegará até o céu
o que dormido estava em tua alma.
Tu trazes a ilusão de cada dia.
Chegas como o orvalho nas corolas.
Com tua ausência escavas o horizonte.
Eternamente em fuga, irmã das ondas.
Já disse que o teu canto era o do vento
como cantam os mastros e os pinheiros.
És como eles alta e taciturna.
E entristeces de pronto, como uma viagem.
Acolhedora como antiga senda.
Abrigas ecos e vozes nostálgicas.
Desperto e alguma vez emigram,
fogem pássaros dormidos em tua alma.

Pablo Neruda

quinta-feira, setembro 21, 2006

palavras andarilhas / ou sonhos para a alma

hoje é o primeiro dia de outono. choveu .
senti-me ( in )completa.
faltei à viagem
em que a planicie dourada me leva ao caminho da cidade onde moram palavras ardentes,
que em chamas andarilhas esvoaçam de boca em boca e soltam em fogo

contos

aquecem-nos

no que temos de melhor

o sonho......


Ailéh

"Palavras Andarilhas" e a "Beja - a Cidade dos Contos".

"Palavras Andarilhas" é um Festival de Narração que reúne contadores de muitos lugares do mundo, oferecendo à sua cidade contos ao luar, histórias sem tempo nem idade, que muitos ouviram da boca dos avós e que aparecem agora na boca dos novos contadores, para ajudar a tecer novos sonhos e novas utopias.
"Palavras Andarilhas" é uma festa de contos e palavras, livros e leituras escutadas por centenas de crianças, jovens e adultos, num mundo em que a palavra cada vez é mais urgente, para construir afectos e reparar emoções e por tudo isto um bom pretexto para nestes dias, deixar o televisor desligado e vir até à biblioteca, ver, ouvir e quem sabe contar!




domingo, setembro 17, 2006

Encontro me


uni
pessoal

( so) lidão



Re descubro me

epiderme

Poro

suor

Frio


e ( r ) go

me



Ailéh

sábado, setembro 09, 2006

possessão

o poema me tocou
com a sua graça,
com as suas patas de pluma
com seu hálito
de brisa perfumada

o poema fez de mim
o seu cavalo
um arrepio no dorso,
um calafrio
uma dança de espelhos
e de espadas

de repente , sem aviso,
o poema como um raio
-elegbá, pomba gira!
me tocou com a sua graça

Acesso como chicote
certeiro como pedrada.

Myriam Fraga