quarta-feira, maio 25, 2005


a cor da luz da lua.... Posted by Hello

terça-feira, maio 24, 2005


Este céu... Posted by Hello

Há palavras que nos beijam


Como se tivessem boca

Palavras de amor, de esperança

De imenso amor, de esperança louca.


Palavras nuas que beijas

Quando a noite perde o rosto

Palavras que se recusam

Aos muros do teu desgosto.


De repente coloridas

Entre palavras sem cor

Esperadas, inesperadas

Como a poesia ou o amor.


(O nome de quem se ama

letra a letra revelado

No mármore distraído

No papel abandonado)


Palavras que nos transportam

Aonde a noite é mais forte

No silêncio dos amantes

Abraçados contra a morte


Alexandre O'Neil


a noite por ela vem, calma ... doce Posted by Hello

Em ti a ilusão de cada dia..

Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
O que estava dormindo sobre tua alma.
E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.


Escavas o horizonte com tua ausência


Eternamente em fuga como a onda.
Eu disse que cantavas no vento


como os pinheiros e como os hastes.


Como eles és alta e taciturna.


e entristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e as vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Pablo Neruda

De noite...

De noite, amada, amarra teu coração ao meu


e que eles no sonho derrotem


as trevas como um duplo tambor


combatendo no bosque


contra o espesso muro das folhas molhadas.


Nocturna travessia, brasa negra do sonho.


Interceptando o fio das uvas terrestres


com pontualidade de um trem descabelado


que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.


Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,


à tenacidade que em teu peito bate.






Com as asas de um cisne submergido,



para que as perguntas estreladas do céu


responda nosso sonho com uma só chave,


com uma só porta fechada pela sombra.

Pablo Neruda

segunda-feira, maio 23, 2005

Esta é a minha definição...

lembras-me

uma nuvem

que esvoaça

aqui,

ali.

não pára

e anda sempre à procura.

quer pairar,

quer ser presa,

mas de tão leve

passa sempre.



quarta-feira, maio 18, 2005

Se eu pudesse....

Se eu pudesse trincar a terra toda

Sentir-lhe um paladar,

Seria mais feliz um momento...

Mas eu nem sempre quero ser feliz

É preciso ser de vez em quando infeliz

Para se poder ser natural...












Nem tudo é dias de sol,

E a chuva, quando falta muito pede-se

Por isso tomo a infelicidade com a felicidade

Naturalmente, como quem não estranha

Que haja montanhas e planícies

E que haja rochedos e erva...










O que é preciso é ser-se natural e calmo

Na felicidade ou na infelicidade,

Sentir como quem olha

Pensar como quem anda,











E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,


E que o poente é belo e é bela a noite que fica...

Assim é e assim seja...




ALBERTO CAEIRO

[...] Sou um guardador de rebanhos....

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.






Por isso quando num dia de calor

Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.


[...]




ALBERTO CAEIRO




...../// Da minha aldeia

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do


[universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra


[qualquer,




Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...


Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe

[ de todo o céu,

Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos


[olhos nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

ALBERTO CAEIRO

terça-feira, maio 17, 2005


Posted by Hello

Esta luz mediterrânica....

" ... A poesia nasce e faz-se aqui neste fazer-se poesia
aqui onde a poesia as proporções da mensagem do dia
a esta luz mediterrânica ....


este sol .....


este céu..."




ANTÓNIO GANCHO
O ar da manhã







Onde o ser de lenda ensina ao mar a sua história.. Posted by Hello

quinta-feira, maio 12, 2005

O Sul

E é como se te tivesse então ali, Algarve, sul,
Ali na comunhão de luz e cor e vento e ar,
Ali nas casas velhas que nimbam o azul
E se confundem em verdes e turquezas junto ao mar.

FERNANDO CABRITA
O sul